51 Adjetivos para descrever beleza
Pode esta ser deprimente, humilhante: e sempre o é quando não compreendida, quando em sua beleza suprema sentida não pode ser!
E nesta inefável paz e beleza imortal, o subtil Ulisses, com os olhos perdidos nas águas lustrosas, amargamente gemia, revolvendo o queixume do seu coração...
Sempre aquela obcessão a persegui-lo, sempre a venenosa flor dum venenoso desejo por Júliapela sua carne, pela sua beleza física, pela sua candura, pela sua graça fresca e luminosarenascendo dentro de si, perturbando-o, embriagando-o como um perfume deletério!
Em seguida, recordara a memória venerável da mãe, no seu passeio pelo parqueessa mãe que tanto o tinha amado e que, mesmo morta, era uma radiante luz de que lhe vinha claridade e beleza moral, e corrigira nobremente desigualdades sociais, decidido a conceder um pouco mais de bem estar a sêres desditosos que activamente lidavam, acrescentando a sua riqueza.
E seria, na verdade, amor o que por ela sentia ou apenas um desejo bestial:o desejo do seu corpo tam perfeito, da sua carne esplêndida, da sua beleza perturbante?
Aquelle que dá fórma, que reproduz ou que representa: «Brücke e Stratz, morfosistas da beleza humana.»
A vila tinha quási orgulho na sua beleza delicada e tocante; era uma loura, de perfil fino, a pele eburnea, e os olhos escuros de um tom de violeta, a que as pestanas longas escureciam mais o brilho sombrio e doce.
As riquezas da terra constituiram-se em finalidade humana; não distinguindo mais o que se deve aos bens do mundo e o que devemos ás pessoas, as pessoas mudaram-se em instrumento da conquista dos bens do mundo, em vez de serem morada da beleza divina e do seu culto.
«Nada nos perturba, nem a beleza encantadora das suas formas, nem a dorida doçura da sua voz e do seu grito nem a sua inteligencia, nem a pureza da sua dieta nem a superioridade do entendimento.
Frederico e Nuno caminhavam ao lado de Júlia, emmudecidos para melhor sentirem e compreenderem a beleza envolvente.
Errava no ar uma beleza esparsa;
Toda a beleza espectral, transferida, sucedânea,
Morro em beleza espiritual...
Uma estranha beleza a reanima;
No ermo que eu percorro neste mundo,ermo de corações cativos dos meus sonhosao suplicar dos céus a claridade na qual a alma habite e se engrandeça, deixei na terra gotas do meu sangue, onde a dor o soltou do peito ansiado por abundância de erros e de culpas e por amargura de infinitas mágoas, e onde jorrou seus cantos de alegria em louvor e contemplação da beleza eterna.
Um domingo, por acaso, passeando tristemente na Avenida da Liberdade, onde já floriam as olaias sob a doçura e o afago da luz primaveril, deparou, inesperadamente, o jovial Paiva, que descia o passeio em sentido oposto, fitando com enternecimento as belezas femininas que passavam na festa esplêndida do sol.
Se o primeiro passo perfeito fôr o de concentrar tôdas as aspirações de beleza num sêr único, o segundo será o de preferir a beleza da alma à beleza físicamente afectiva do corpo».
Ó beleza futurista das mercadorias!
Riram com satisfação, na beleza gloriosa da manhã que os remoçava.
Mas, passada uma trémula ponte de pau que galga um ribeiro todo quebrado por fragas (e onde abunda a truta adorável) os nossos males esqueceram, ante a inesperada, incomparável beleza daquela terra bemdita.
Era o tipo sonhado, inédito, da beleza inculta, da simplicidade provinciana.
Tinha a ilusão de que em tudo o que o rodeava havia uma parte da sua personalidade, alguma coisa do seu coração, uma beleza indecifrável que para êle se iluminava.
Um titanismo vitorioso, coberto de glória e feridas, pode voltar a ressentir a beleza ingénua, a inocência e o bem, na fórma da aragem que embala as florinhas, na frescura humilde do arroio, na sombra acolhedora da árvore, no sonho que trespassa a grande voz dos elementos.
Aquela adoração sem esperança comunícava, em todo o caso, a radiação da sua beleza intangível a tudo o que o cercava, penetrava-o de suavidade, tinha o condão misterioso de lhe ressuscitar na memória figuras queridas em que lhe era grato meditar.
se a criação inteira que os olhos vêem e que a nossa alma sente, toda a beleza íntima e a do mundo, decai e desfalece, sofre e se apaga:
